Como Atender uma Criança com Fratura no Úmero: Abordagem Fisioterapêutica e Cuidados Importantes

 

 


A fratura no úmero é uma das lesões ósseas mais comuns em crianças, especialmente durante atividades físicas, quedas ou acidentes. Embora os ossos das crianças se recuperem rapidamente devido à sua alta capacidade de regeneração, a fratura no úmero pode exigir uma abordagem cuidadosa tanto no atendimento inicial quanto na reabilitação. Como fisioterapeuta, compreender a fisiologia do osso infantil e as melhores práticas de tratamento e reabilitação é fundamental para promover uma recuperação rápida e segura.

O que é a Fratura no Úmero?

O úmero é o osso longo do braço, localizado entre o ombro e o cotovelo. As fraturas do úmero em crianças podem ocorrer em diferentes localizações, como no terço superior (perto do ombro), no meio ou na região distal (perto do cotovelo). Dependendo da gravidade e do tipo de fratura, o tratamento pode variar. As fraturas podem ser classificadas em simples, compostas (quando o osso se quebra em várias partes) ou epifisárias (quando o dano afeta a cartilagem de crescimento da criança).

Diagnóstico e Tratamento Médico Inicial

O tratamento inicial de uma fratura no úmero geralmente envolve a estabilização da fratura, o controle da dor e a imobilização. Isso pode ser feito por meio de:

  • Imobilização com gesso ou tala: Para fraturas não deslocadas, um imobilizador como um gesso pode ser suficiente. O médico ortopedista determinará a melhor opção com base na gravidade da lesão.

  • Redução e estabilização cirúrgica: Caso a fratura seja deslocada ou se apresente complicações, pode ser necessária uma cirurgia para realinhar os ossos e fixá-los.

Após a estabilização inicial e liberação médica, o fisioterapeuta pode começar o tratamento reabilitativo para promover a recuperação do movimento e da força do braço afetado.

O Papel da Fisioterapia na Reabilitação de Fratura no Úmero

O atendimento fisioterapêutico adequado e precoce é fundamental para garantir que a criança recupere o movimento e a função do braço de forma plena e sem sequelas. A reabilitação fisioterapêutica começa com a avaliação clínica e segue um protocolo de intervenção gradual, baseado no tipo e na gravidade da fratura, bem como na idade e nas necessidades específicas da criança.

1. Fase Inicial (Fase de Imobilização)

Durante a fase de imobilização, o papel do fisioterapeuta é ajudar a criança a lidar com a dor e a manter o restante do corpo funcional. Algumas práticas incluem:

  • Orientação para o repouso adequado: Evitar qualquer movimento que possa prejudicar a fratura. A criança deve usar a tala ou gesso corretamente e seguir as orientações médicas.

  • Controle da dor e edema: Técnicas de fisioterapia como crioterapia (uso de gelo) podem ser aplicadas para controlar o inchaço e aliviar a dor.

  • Exercícios de mobilização passiva para outras articulações: Embora o braço afetado esteja imobilizado, o fisioterapeuta pode trabalhar em outras articulações e áreas do corpo, como o ombro não afetado, o pescoço e a coluna, para evitar a rigidez.

2. Fase Pós-Imobilização (Reabilitação Funcional)

Após a remoção do gesso ou tala, o fisioterapeuta pode iniciar a reabilitação ativa e funcional, com o objetivo de restaurar a mobilidade, a força e a funcionalidade do braço afetado. O trabalho será gradual e realizado com base na avaliação do profissional de saúde.

  • Mobilização articular passiva e ativa: Para melhorar a amplitude de movimento da articulação do ombro, cotovelo e punho. Inicialmente, a fisioterapia irá trabalhar a mobilização passiva, onde o fisioterapeuta move as articulações da criança. Com o tempo, a mobilização ativa será incorporada, ou seja, a criança começará a mover a articulação de forma controlada.

  • Exercícios de fortalecimento: Começar com exercícios de baixo impacto para trabalhar a musculatura do braço afetado, principalmente os músculos do ombro, cotovelo e punho. A progressão é essencial para não sobrecarregar a criança.

  • Treinamento de movimento funcional: Ensinar e estimular a criança a usar o braço de forma funcional nas atividades diárias. Isso inclui movimentos como pegar objetos, escrever, alimentar-se, vestir-se, entre outros.

  • Técnicas de propriocepção e equilíbrio: Com o tempo, o fisioterapeuta trabalhará a capacidade da criança de perceber a posição do braço no espaço e a realizar movimentos coordenados, minimizando a chance de novas lesões.

3. Fase Avançada (Fortalecimento e Retorno às Atividades Normais)

Uma vez que a criança tenha recuperado a mobilidade básica e não sinta dor ao realizar os movimentos simples, a fisioterapia pode focar no fortalecimento e na restauração da função. Nessa fase, o objetivo é garantir que a criança retorne ao seu nível de atividade física e social com total confiança.

  • Fortalecimento progressivo: Exercícios que envolvem o uso de resistência para fortalecer a musculatura ao redor da articulação afetada. Podem incluir o uso de elásticos, bolas e pesos leves.

  • Retorno gradual à atividade física: Quando a criança estiver pronta, o fisioterapeuta pode guiá-la no retorno gradual às suas atividades diárias e esportivas, começando com atividades leves e avançando de acordo com a tolerância da criança.

  • Prevenção de novas lesões: O fisioterapeuta também trabalhará na educação da criança e da família sobre técnicas adequadas de movimento, postura e prevenção de quedas e lesões no futuro.

Considerações Finais

O tratamento e reabilitação de uma fratura no úmero em crianças exigem paciência, conhecimento técnico e uma abordagem cuidadosa. O acompanhamento fisioterapêutico desde o momento da imobilização até o retorno às atividades normais é crucial para garantir a recuperação completa e sem sequelas.

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