Hidroterapia em crianças diplégicas
O termo paralisia cerebral (PC) designa distúrbios cerebrais estacionários, os quais são causados por lesão ou anomalias do desenvolvimento durante a gestação ou nos primeiros meses de vida. Estes distúrbios são caracterizados por falta de controle sobre os movimentos, modificações nos comprimentos dos músculos e, em alguns casos, deformidades ósseas
Em termos de diferenciação de dificuldades motoras encontradas em pessoas com PC, as classificações utilizadas são de acordo com a qualidade do tônus muscular (resistência passiva ao alongamento oferecida por um grupo de músculos à manipulação externa), com o padrão de comprometimento motor e com a gravidade. Na PC, uma das qualidades do tônus muscular é a espasticidade, levando o indivíduo a apresentar sinergias anormais de movimento, como reações associadas e padrão extensor ou flexor de movimento com esforço.
Um dos tratamentos da qual esta criança faz parte é a Hidroterapia. Os exercícios na água são uma maneira mais útil e eficaz de ampliar a experiência dos movimentos deficientes em crianças especiais e possuem como principais efeitos terapêuticos: alívio da dor e espasmos musculares, aumento da amplitude de movimento das articulações, fortalecimentos de músculos enfraquecidos e reeducação dos músculos paralisados, além de encorajamento de atividades funcionais e melhoria do equilíbrio e da postura. Estes resultados obtidos com exercícios aquáticos devem-se principalmente ao empuxo da água, pois este alivia o estresse sobre as articulações que sustem o peso e assim permitem a realização de movimentos mesmo antes de serem possíveis no solo.
O empuxo da água alivia o estresse sobre as articulações e permite que se realize movimentos em forças gravitacionais reduzidas. A imersão na água e a temperatura também trazem benefícios já que permitem que o corpo trabalhe em temperatura constante, sem as alterações normais que ocorrem no ambiente externo. Entre os benefícios do exercício na água temos o alívio de dor e espasmos, o aumento na amplitude de movimento das articulações, fortalecimento dos músculos e melhoria da circulação.
Especificamente para crianças diplégicas, a atividade aquática permite o desenvolvimento do relaxamento e o aumento da amplitude dos movimentos. As crianças devem começar as atividades aquáticas na posição vertical e de supino, porém pode haver ansiedade e tensão por a criança possivelmente não possuir uma extensão cervical e de tronco suficientes para ficar com o rosto fora da água para respirar, criando dificuldades também para o desenvolvimento da atividade e para a sustentação por parte do fisioterapeuta.
O uso do spaghetti facilita a flutuação, porém, utilizado sem outros equipamentos é muito instável para a manutenção da criança, bem como os demais similares analisados. Pretende-se, então, o uso da propriedade de flutuação do spaghetti. Porém, o principal ganho é na facilidade de manejo e no desenvolvimento de atividades que considera importantes para o tratamento destes pacientes, como: estabilização da posição do corpo, extensão dos membros inferiores juntamente com a abdução para alterar a forma da criança diplégica e a realização de atividades que possuem rotação lateral.
A criança com diplegia apresenta uma forma alterada, de triângulo e esta forma tende a flutuar apontando para baixo. Assim, o paciente com diplegia deve começar as atividades aquáticas na posição vertical e de supino. Também é comum a criança não apresentar extensão cervical e de tronco para ficar com o rosto fora da água, tendo dificuldade para respirar, causando ansiedade, tensão e consequentemente, alteração da posição do exercício.
Durante a realização dos exercícios, é importante que a criança sinta-se segura e confiante. Os apoios devem ser precisos, pois além da sustentação, fornecem estimulação tátil e a melhora da consciência corporal.
Na água, os pontos de resistência normais (contato com o solo) são substituídos pelo centro de equilíbrio corporal, que está localizado logo abaixo da cintura. É nesta região que o apoio deve ser realizado. É importante que a quantidade de apoio seja a mínima para o paciente ainda trabalhe seu controle.
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