Importância dos estímulos precoces em crianças com síndrome de Down



Não é novidade que toda criança precisa de atenção e cuidados. E no caso de crianças com síndrome de Down, que possuem um grande potencial para ser desenvolvido, não é diferente. O grande diferencial é que elas precisam de mais tempo e estímulos da família e de especialistas para adquirir e aprimorar suas habilidades o mais precoce possível.

Mas porque essas crianças precisam de mais estímulos que as outras? Por que crianças que nascem com a síndrome tendem a ser mais "molinhas" que as outras e, por isso, necessitam de um tratamento precoce para minimizar os atrasos no desenvolvimento motor, muito comum em quem possui a trissomia do 21.

Crianças com Síndrome de Down podem ter dificuldade de atingir alguns marcos do desenvolvimento motor típico, mas existem inúmeras variações no tempo de aquisição. Por exemplo, o andar pode ser atingido a um ano de idade ou em alguns casos só aos 4 anos. Esse fato irá depender não somente da hipotonia muscular (tônus muscular reduzido) e outras características presentes nessas crianças que dificultam sua evolução motora, mas principalmente dos estímulos oferecidos na fisioterapia.

Na fisioterapia pediátrica, a atuação é feita de maneira lúdica por meio de técnicas para facilitar e estimular reações posturais, que geram condições musculares necessárias para aquisições motoras de crianças com síndrome de Down. As respostas sensório-motoras de crianças com Síndrome de Down podem ser deficitárias, mas é possível ampliá-las de acordo com o meio em que a criança estiver inserida e os estímulos que são oferecidos neles. Quanto mais se oferecer um ambiente solicitador, que promova autonomia e diferentes possibilidades de descobertas de seu potencial, melhor será o desenvolvimento dessas crianças.

A fisioterapia permite o desenvolvimento de crianças portadoras da Sindrome de Down, Para o profissional, é muito gratificante participar do processo de desenvolvimento dos meus pacientes. As crianças estão descobrindo o mundo através do seu corpo e de suas vivências, poder proporcionar a elas oportunidades e experiências capazes de enriquecer e aprimorar essas descobertas faz de mim uma profissional realizada. Acredito que todos nós temos habilidades e dificuldades, apenas precisamos conhecê-las e aprender a lidar com elas.

As sessões podem ser realizadas de uma a três vezes por semana. A frequência irá depender das particularidades e necessidades de cada criança. O médico que acompanha a criança avalia se ela esta apta para realização desses estímulos que devem ter início já nos primeiros meses de vida, período em que padrões de posturas e movimentos estão se instalando.  

Os primeiros anos de vida – até os quatro anos de idade – são considerados críticos para o desenvolvimento infantil por conta da neuroplasticidade cerebral, que é a capacidade do sistema nervoso modificar sua estrutura e função em decorrência de padrões de experiência. Por isso, o estímulo precoce é fundamental para o desenvolvimento de habilidades em crianças com Síndrome de Down, oferecendo a elas maiores oportunidades para conquistas futuras.

É um trabalho muito importante para o desenvolvimento motor e aquisições dos marcos motores dessas crianças, como por exemplo, rolar, sentar, engatinhar e andar. Tudo isso irá fazer a criança alcançar esses marcos sem ter um atraso motor significativo, que quando ocorre acaba sendo prejudicial à integração da criança com o mundo, pois ela não conseguirá explorar o local em que vive, por conta de não ter um desenvolvimento motor necessário.

Entre quatro e cinco anos de idade, a criança já terá atingido os principais marcos do desenvolvimento motor e, desta forma, estará preparada para seguir em frente sem o tratamento fisioterapêutico. É importante que a família insira essa criança em um esporte de sua preferência que dará a ela capacidades motoras para continuar explorando e se desenvolvendo.        

A família tem um papel de extrema importância neste processo e deve sempre estimular as crianças, também, no ambiente familiar. Quando a família é orientada por profissionais, é capaz de dar continuidade aos estímulos oferecidos em terapias na rotina da criança e em suas atividades de vida diárias.

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