Aspectos práticos da imunização do pré-termo
O cumprimento do calendário de vacinas no RNPT é muitas vezes inadequado, por demora inadvertida no seu início ou por atraso na administração de doses subsequentes devido a doenças debilitantes.
Algumas vezes a adesão ao esquema vacinal encontra resistência por parte dos pais, que por receio ou desconhecimento temem por eventos adversos mais sérios.
Para aplicação de vacinas em RNPT, especialmente de extremo baixo peso, alguns fatores devem ser considerados:
· Estabilidade clínica
· Local de aplicação: devido à reduzida massa muscular e escasso tecido celular subcutâneo, dá-se preferência à aplicação de vacinas intramusculares no músculo vasto lateral da coxa, com agulhas mais curtas, apropriadas à anatomia do pré-termo
· Doses e intervalos: os RNPT devem receber vacinas nas doses habituais, não fracionadas, mantendo-se os volumes injetados e respeitando-se os intervalos entre elas, como nos RNT, a fim de obter uma resposta imune adequada
· Calendário: o calendário deve ser geralmente seguido, de acordo com a idade cronológica da criança, com algumas variações e particularidades que discutiremos em seguida.
Vacinação na unidade neonatal
Mesmo enquanto o RNPT estiver hospitalizado já é possível iniciar seu calendário vacinal, respeitando sua idade cronológica, porém alguns fatores devem ser considerados:
A princípio estão contra-indicadas todas as vacinas de vírus vivos, pelo risco de eventual propagação intra-hospitalar, numa população de imunodeprimidos (p. ex.: pólio oral e rotavírus).
As condições clínicas do RNPT devem ser adequadas, especialmente as hemodinâmicas, infecciosas, metabólicas, renais e ventilatórias. Quando o RN se encontra em fase de ganho de peso, sem apresentar distúrbios agudos ou patologias graves, a vacinação pode ser instituída. A família deve ser devidamente esclarecida e orientada quanto a eventuais eventos adversos, além de receber documento comprobatório do ato vacinal.
Eventos adversos da vacinação no pré-termo
De uma maneira geral os eventos adversos das vacinas são semelhantes, tanto em freqüência quanto em intensidade, em RNPT e RNT. Não há contra-indicação para o uso de vacinas de vírus vivos em pré-termos, exceto quando se encontrar hospitalizado.
Em relação aos eventos adversos leves, locais ou sistêmicos, como febre baixa, irritabilidade, dor local, edema e vermelhidão, sua ocorrência e intensidade independem da idade gestacional.
Uma associação entre a aplicação da vacina tríplice bacteriana de células inteiras (DTP) combinada com Haemophilus (Hib) e o aumento de episódios de apnéia tem sido relatada, especialmente em recém-nascidos com idade gestacional inferior a 31 semanas, porém essa associação não foi observada com o uso das vacinas acelulares.
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