Prematuridade

A prematuridade é um processo que afecta o desenvolvimento do bebé nascido antes de se terem completado 37 semanas de gestação.

A prematuridade, especialmente no caso de ser extrema, é a causa principal dos problemas e inclusive da morte após o parto. Alguns dos órgãos internos do bebé podem não se ter desenvolvido completamente, o que o expõe a um risco maior de sofrer determinadas doenças.

Em geral, desconhece-se a razão pela qual um bebé nasce prematuramente. No entanto, o risco de um parto prematuro é maior nas mulheres solteiras com baixos rendimentos e escassa educação. O cuidado pré-natal inadequado, uma nutrição deficiente ou uma doença ou infecção não tratadas durante a gravidez também expõem a mulher a um elevado risco de parto prematuro. Por razões desconhecidas, as mulheres de etnia negra são mais propensas a ter um parto prematuro do que as pertencentes a outros grupos étnicos.

Se o cuidado médico se iniciar no começo da gravidez, o risco de parto prematuro diminui e, no caso de este se apresentar, melhora o prognóstico. Se as contracções prematuras e o parto precoce parecem evidentes, o médico pode administrar medicamentos obstétricos para deter o parto temporariamente e corticosteróides para acelerar a maturação dos pulmões do feto. (Ver secção 22, capítulo 249)

O desenvolvimento adequado dos pulmões é fundamental para o recém-nascido. Para que o bebé possa respirar por si mesmo, os sacos de ar (alvéolos) dos pulmões devem, no momento de nascer, encher-se de ar e permanecer abertos. Conseguem fazê-lo devido, em grande medida, a uma substância chamada surfactante, que se produz nos pulmões e reduz a tensão superficial. Os bebés prematuros não costumam produzir suficiente surfactante e, em consequência, os sacos de ar dos pulmões não permanecem abertos. Entre uma inspiração e outra, os pulmões sofrem um colapso completo. A doença resultante, a síndroma do distress respiratório (Ver secção 23, capítulo 252), pode provocar outros problemas significativos, que em alguns casos chegam inclusive a ser mortais. Os bebés com esta síndroma requerem tratamento com oxigénio; se a doença é grave, põem-se num respirador artificial e tratam-se com surfactante, que pode administrar-se directamente mediante um tubo introduzido na garganta do bebé (traqueia).

Além de uns pulmões imaturos, um bebé prematuro tem um desenvolvimento cerebral incompleto, o qual contribui para pausas na respiração (apneia), devido a que o centro respiratório do cérebro pode ser imaturo. É possível utilizar medicamentos para reduzir a frequência da apneia e o bebé recuperar-se-á à medida que o cérebro amadureça. Um cérebro muito imaturo é vulnerável a hemorragias ou a lesões se se interromper o fornecimento de oxigénio ou de sangue. Mesmo quando existe hemorragia cerebral, a maioria dos bebés desenvolvem-se normalmente, a menos que apresentem uma lesão cerebral grave.

O desenvolvimento prematuro do cérebro pode impedir que o bebé chupe e engula normalmente. Muitos bebés prematuros alimentam-se por via endovenosa ao princípio e depois passam à alimentação com leite fornecido através de um tubo que chega ao estômago. Às 34 semanas de idade, devem ser capazes de tomar o leite do peito materno ou de um biberão. Inicialmente, o reduzido volume do estômago pode limitar a quantidade que se lhes pode administrar em cada lactação; quando é demasiada, o bebé vomita-a.

Os bebés prematuros são particularmente propensos a sofrer flutuações nos valores de açúcar (glicose) no sangue (quer sejam altos, quer baixos).

O sistema imunitário dos bebés prematuros não se encontra totalmente desenvolvido. Não receberam o complemento necessário de anticorpos contra as infecções, que a sua mãe lhes proporciona através da placenta. O risco de contrair infecções graves, sobretudo as que afectam o fluxo sanguíneo (sepse), é consideravelmente mais alto nos bebés prematuros do que nos nascidos no termo. Também são mais propensos a contrair enterocolite necrosante (uma inflamação muito grave do intestino). (Ver secção 23, capítulo 252)

Antes do nascimento, os produtos de dejecção do feto atravessam a placenta e são expulsos pela mãe. Depois do parto, os rins e o intestino devem encarregar-se desta função. A função renal do bebé sumamente prematuro é limitada, mas melhora à medida que os rins amadurecem. Depois do parto, o bebé necessita um funcionamento hepático normal, além do intestinal, para expulsar bilirrubina (pigmento amarelo derivado da destruição normal dos glóbulos vermelhos) pelas fezes. A maioria dos recém-nascidos, sobretudo os prematuros, apresentam um aumento temporário na concentração de bilirrubina no sangue que pode causar icterícia. Esse aumento produz-se porque a sua função hepática carece de suficiente maturidade e, além disso, porque não possuem a mesma capacidade de ingerir alimentos e têm menos movimentos intestinais do que os bebés mais velhos. Os níveis muito altos de bilirrubina podem produzir querníctero, uma forma de lesão cerebral. No entanto, a maioria dos bebés tem algo de icterícia, que não é grave e desaparece à medida que melhoram tanto a sua alimentação como os seus movimentos intestinais.

Habitualmente, os bebés prematuros são colocados numa incubadora, já que perdem calor rapidamente e têm dificuldades para manter a temperatura normal do corpo.
  • Traços físicos de uma criança prematura
  • Tamanho pequeno.
  • Baixo peso ao nascer.
  • Veias visíveis sob a pele.
  • Pouca gordura sob a pele.
  • Pouco cabelo.
  • Orelhas finas e moles.
  • Cabeça relativamente grande.
  • Pouco desenvolvimento do tecido pulmonar.
  • Músculos fracos e actividade física reduzida (uma criança prematura tende a não mexer os braços e as pernas como uma criança nascida no fim do tempo o faz).
  • Poucos reflexos de sucção e deglutição.
  • Respiração irregular.
  • Escroto pequeno, com poucas pregas (meninos).
  • Os lábios grandes ainda não cobrem os lábios pequenos (meninas).
Espero que você tenha gostado desse texto. Se quiser receber mais textos como esse, entre no grupo de Whatsapp para receber textos e informações do nosso material.

Você pode ter um material mais aprofundado sobre esse tema. A Quero Conteúdo disponibiliza dezenas de materiais sobre Fisioterapia para estudantes e profissionais. Entre em contato com nossa consultora clicando na imagem abaixo!


Tecnologia do Blogger.