O papel da Fisioterapia no processo de amamentação


O leite humano é o único alimento capaz de oferecer todos os nutrientes na quantidade exata de que o bebê precisa . Ele garante o melhor crescimento e desenvolvimento, não existindo nenhum alimento capaz de substituí-lo com a mesma qualidade. O bebê que mama no peito recebe afeto, carinho e saúde.

O ato de amamentar é o primeiro momento de carinho entre mãe e filho, além de que, quando amamentado, o bebê recebe proteção contra infecções, alergias e outras doenças. A criança, quando suga o peito, exercita os músculos da face facilitando o seu desenvolvimento, contribuindo também para a formação dos dentes, desenvolvendo a fala e melhorando a sua respiração. Quanto mais a criança suga o peito, mais leite será formado, principalmente quando a mãe mantém adequada ingestão de líquidos durante o processo da amamentação. 

A amamentação também traz vantagens para a mãe. Quando feita nas primeiras horas após o parto contribui para reduzir o sangramento uterino, diminuindo as chances de hemorragias e anemias. A mulher que amamenta diminuiu também as chances de ter diabetes, câncer de mama e útero, além de perder mais rapidamente o peso que ganhou durante a gestação.

A amamentação deve ser exclusiva até o sexto mês do bebê, sendo que após este período, pode-se continuar oferecendo o leite materno para o bebê, porém inicia-se em paralelo a alimentação complementar com outros alimentos. 

Toda a equipe de saúde deve trabalhar em conjunto para o sucesso da amamentação. As equipes de saúde devem elaborar propostas de acompanhamento tanto no pré, péri e pós- natal, sendo o fisioterapeuta profissional atuante também em todo o processo. 

A atuação do fisioterapeuta deve iniciar nas primeiras consultas do pré-natal , quando ele irá realizar inicialmente uma correta inspeção da mama, procurando identificar as características de pigmentação da aréola e mamilo, assim como o formato do mesmo. O objetivo é identificar mamilos pouco protusos, planos e invertidos, sendo os dois últimos os que devem ser preparados durante o período gestacional. Exercícios devem ser orientados neste período, na tentativa de fortalecer os mamilos, tornando-os hiperpigmentados e protusos e, assim, mais resistentes e adequados para facilitar a pega do bebê. As orientações devem ser realizadas nas consultas pré-natais. 

Logo após o parto, o profissional fisioterapeuta, ainda dentro do centro obstétrico, deve incentivar a mamada na primeira meia hora de vida. Cuidados quanto ao posicionamento da mãe e a pega do bebê devem ser enfatizados, pois neste momento, devido a dificuldade em obter um bom posicionamento para amamentar (devido a proximidade do parto), são comuns as fissuras de mama (rachaduras nos bicos ).

Por fim, ainda durante o internamento, antes da alta hospitalar, o fisioterapeuta irá colaborar no processo de amamentação sugerindo e orientando posturas adequadas para a amamentação, buscando posturas confortáveis para a mãe e o bebê, evitando dores principalmente nas costas e nos membros superiores, assim como evitando complicações como as fissuras de mama, o ingurgitamento mamário e as mastites. 

Estas complicações são normalmente associadas ao mau posicionamento da mãe durante a amamentação, à pega incorreta da criança no mamilo, à falta de preparo da mama, principalmente em mulheres de primeira gestação e de pele muito clara. Tem-se observado que as mulheres que recebem estas orientações ainda no ambiente hospitalar conseguem manter a amamentação por um período mais prolongado, apresentando um número pequeno de complicações.
O profissional fisioterapeuta ainda dispõe de recursos terapêuticos bastante eficientes em seu ambulatório quando há a presença de fissuras e queixas álgicas durante a  amamentação, tais como o laser, o infravermelho, assim como recursos cinesioterapêuticos. 

Estes podem contribuir para a reorganização postural e muscular das puérperas. Pesquisas mostram que o laser age de forma efetiva para o processo de cicatrização das mamas fissuradas, assim como o infravermelho, quando não houver processos inflamatórios, contribuindo na diminuição dos processos álgicos locais.

Prof. Enio Funchal
Fisioterapeuta


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