Queimaduras em Crianças: A necessidade da prevenção
Introdução
O interesse em pesquisar a respeito de queimaduras começou ao observar que são bastante freqüentes em crianças principalmente em acidentes domésticos como líquidos quentes.
De acordo com O Ministério da Saúde (2003) 45% ocorrem em casa, 30% em locais públicos 24% em local de trabalho e 10% na alta estrada.
Diante disto há de se questionar: qual o significado de queimaduras para as crianças queimadas.
Estudar a respeito de queimaduras em crianças justifica-se por seu alto grau de importância para a fisioterapia.
Estudos dessa natureza poderão subsidiar novas reflexões e maneiras mais eficazes de se tratar os queimados através da fisioterapia.
O objetivo do estudo é compreender o significado das conseqüências que a falta de prevenção de queimaduras pode causar em crianças, uma vez que este número de acidentes tem aumentado a cada dia.
Queimaduras em Crianças: A NECESSIDADE DE PREVENÇÃO
Queimaduras são bastante freqüentes principalmente em se tratando de crianças as quais podem se queimar, brincando com fósforos, ao encostarem em aparelhos elétricos quentes, no fogo ou fogão, ou até mesmo serem queimadas pelo sol, produtos químicos ou certos animais e vegetais.
“As queimaduras são lesões dos tecidos corporais provocadas pela ação do calor, da eletricidade e das substâncias químicas ou radioativas” (DELIBERATO, 2001, p.19).
Lesões por queimaduras possuem uma incidência grande em crianças cuja maior causa está relacionada com acidentes ocorridos na cozinha, através de líquidos quentes provindos de panelas sobre o fogão.
“Há uma incidência - pico em crianças com 1 a 5 anos de idade, devido primariamente às queimaduras por líquidos quentes” (SULLIVAN, SCHIMITZ, 1993, p.588).
Atualmente o prognóstico e a expectativa de vida de indivíduos por lesões com queimaduras tem melhorado bastante, apesar da epidemiologia das queimaduras ter permanecido basicamente a mesma. As medidas preventivas têm ajudado muito na diminuição do índice de queimadura, além do aprimoramento médico no decorrer dos anos.
“Recentes avanços médicos reduziram significativamente o número de mortes causadas por queimaduras, e melhoraram o prognóstico e a capacidade funcional dos pacientes que sobrevivem as lesões por queimaduras” (SULLIVAN, SCHIMITZ, 1993, p.587)
Existem vários graus de queimaduras, conforme a profundidade da lesão e com a extensão da área de superfície corporal (ASC) lesada. Portanto, as queimaduras superficiais atingem algumas camadas da pele e queimaduras profundas têm destruição total da pele.
“A profundidade da lesão depende da temperatura do agente gerador da queimadura e da duração do contato com o agente” (BRUNNER, SUDDARTH, 2002, p.1435).
Assim as queimaduras se classificam em quatro graus:
Primeiro grau: apresenta lesões apenas da camada superficial da pele, provocando uma intensa coloração vermelha do local afetado, não apresentando bolhas. “Nesta queimadura o traumatismo e as lesões celulares ocorrem apenas na parte externa da epiderme” (SULLIVAN, SCHIMITZ, 1993, p.590).
Segundo grau: atinge uma porção mais profunda da pele, causando bolhas e rachaduras na pele, além de intensa dor e vermelhidão no local afetado. Pode ocorrer sangramento nas feridas. “A camada epidérmica é completamente destruída, mas a camada dérmica sofre apenas lesão leve à moderada” (SULLIVAN, SCHIMITZ, 1993, p.590).
Terceiro grau: são mais profundas, atingindo todas camadas da pele. O paciente não se queixa de dor devido à completa destruição das terminações nervosas na área. “Todas as camadas epidérmicas e dérmicas estão completamente destruídas”. (SULLIVAN, SCHIMITZ, 1993, p.592).
Quarto grau: destruição completa de todos os tecidos desde a epiderme até o tecido ósseo subjacente. “Na queimadura de 4º grau a lesão estende-se além da camada gordurosa subcutânea para outros tecidos subjacentes como: fáscia, músculo ou osso”. (Professor Dr. José Knoplich).
Como vimos à queimadura pode ser leve, superficial, moderada ou pode ser uma queimadura crítica, causando um grande risco de vida se acometer mais de 10% da área corporal de uma criança.
O tratamento de queimaduras envolve uma equipe multiprofissional especializada na área, pois é necessário um tratamento qualificado tanto na fase aguda como principalmente no período de recuperação e reabilitação. Os cuidados devem ser especiais com crianças queimadas. Temos que observar se a criança está respirando bem, notar se os batimentos cardíacos estão normais, se a criança está desidratada ou não e a quantidade de pele queimada. É importante aguardar o socorro especializado e não agir imprudentemente para evitar problemas maiores, se possível levar o paciente para o hospital mais próximo
“Infelizmente para a pessoa queimada o primeiro atendimento na maioria das vezes, é feito no próprio local por pessoas leigas que nesse caso, por ausência de programas sociais de educação especifica, acabam por aumentar o efeito da queimadura ao agir de forma inadequada” (DELIBERATO, 2002, p.19).
As crianças acidentadas ficam abaladas emocionalmente e por isso, é importante o acompanhamento dos pais, assim como, a assistência de um psicólogo, pois estas crianças estão ainda em desenvolvimento, portanto estão frágeis o que torna necessário a permanência dos pais junto à criança queimada.
“Os pacientes queimados e suas famílias podem necessitar de aconselhamento psicológico e de ajuda no ajustamento, para que seja suplantado o desfiguramento estético” (SULLIVAN, SCHIMITZ, 1993, p.615).A fisioterapia é essencial no tratamento de queimaduras. Normalmente, a queimadura atinge o sistema respiratório, sendo necessário a desobstrução brônquica para a mobilização de secreções pulmonares, dentre várias outras técnicas que irão normalizar o sistema respiratório.
“O fisioterapeuta atuará nestas áreas: Desobstrução Brônquica, Desinsulflação Pulmonar, Reexpansão Pulmonar, Reeducação na Função Muscular Respiratória, Ventilação Mecânica e Prevenção das Deformidades Torácicas Subseqüentes à Lesão” (GOMES, SERRA, PELLON, 1995, p.217).
A fisioterapia também atua na reabilitação do paciente queimado, evitando seqüelas na capacidade funcional do músculo afetada, trazendo assim, a criança de volta ao convívio social como para a atividade de vida diária (AVDs). “Empregamos a conceitualização sistema osteomioarticular para significar sistema composto de ossos, cápsula articular, discos, meniscos, ligamentos, tendões, bainhas tendinosas, músculos e fáscias musculares; desse modo o objetivo fisioterápico é o de manter e ou recuperar a amplitude de movimento total articular e prevenir encurtamentos e retrações de tecidos moles envolvidos no sistema” (GOMES, SERRA, PELLON, 1995, p.220).
É importante a tomada de medidas preventivas de forma informativa para que as pessoas e pais estejam conscientes dos riscos para que se evitem acidentes com os filhos.
Portanto, temos que ficar atentos a várias situações domésticas que podem causar acidentes envolvendo queimaduras.
Metodologia
O estudo foi de abordagem qualitativa centrada na expressão da subjetividade do sujeito.
Com o objetivo de se ter material verbal que indique as opiniões de pais de crianças com queimaduras, entrevistamos homens e mulheres que obedeceram a dois critérios: 1ºpais ou responsáveis de crianças queimadas; 2º que concordarem em participar do estudo.
As entrevistas foram realizadas em Goiânia - GO, especificamente no Hospital de Queimaduras, Instituto Nelson Piccolo.
Para obter informações a respeito de queimaduras, foi feita uma entrevista oral face a face com o uso do gravador e fita cassete. O gravador só foi ligado após o consentimento do entrevistado que assinou um formulário de consentimento (anexo I). Para isto, foi elaborado um roteiro de memorização para o entrevistador com as seguintes questões:
1- Como ocorreu o acidente, quais foram às primeiras medidas usadas?
2-Qual o grau da lesão?
3- Como está o emocional do seu filho após o acidente?
4-Como ficou a capacidade funcional da área afetada após a queimadura?
5- Como está sendo o tratamento e o desempenho na reabilitação?
6-Quais as medidas preventivas que vocês, como pais, tomaram após o ocorrido?
Para garantir o anonimato dos entrevistados estes foram rebatizados de entrevistados um (E1) que foi chamado de E1, E2, E3, e não iniciais. Isto para cumprir as determinações da portaria 196/96 do C.N.S. (Conselho Nacional da Saúde) que regula pesquisas com seres humanos.
Após a transcrição literal dos depoimentos foi feita uma leitura vertical de cada entrevistado e logo após, uma leitura horizontal do conjunto das entrevistas buscando as idéias comuns. Os resultados deste estudo foram utilizados apenas para fins científicos.
Análise e Interpretação dos Resultados
Apresentação dos resultados
A maioria dos entrevistados é do sexo feminino com idade entre 25 e 45 anos, sendo que estes são os responsáveis das crianças e que 70% são solteiros. Já as crianças, são em sua maioria do sexo feminino com idade entre 01 e 11 anos.
Após a análise das falas dos sujeitos foi possível perceber que há concordância entre eles ao afirmarem que as queimaduras são causadas por agentes térmicos, percebe-se as medidas iniciais de tratamento, profundidade das lesões, que as queimaduras afetam o emocional, a importância da fisioterapia após a lesão, prevenindo queimaduras.
Queimaduras causadas por agentes térmicos.
Segundo as entrevistas constatou-se que, por descuido dos responsáveis, a maioria das crianças se queimam por meio de agentes térmicos, principalmente, àqueles relacionados a acidentes em cozinhas e ferros elétricos, que acabam causando lesões graves. Conforme foi possível verificar em suas falas.
“... ela caiu com o braço na lata de manteiga quente ...” (E1).
“ Minha irmã tava fazendo uma canjicada na trempe, aí ele veio correndo sabe, e bateu de frente ...” (E2).
“ O pai tava coando café aí quando pôs o pó na água aí virô a vasilha, virô tudo. Aí ela tava agachada perto do fogão, aí queimou” (E4)
“... Eles fizeram um buraco no pátio para queimar lixo e aí o outro coleguinha tirou a grade lá do buraco e empurrou ele. E aí ele caiu no buraco ...” (E5).
“... Ele colocou desodorante no corpo e o colega dele falou que pegava fogo aí ele pegou pois no corpo dele e pois fogo ...” (E7).
“ Foi o irmão dela com ferro quente. Ligou na tomada e passou no braço dela” (E8).
“ Ela desceu da mobilete e queimou na bis que estava do lado” (E9).
“... eu acho que foi com ferro...” (E10).
“As queimaduras são lesões nos tecidos pela ação do calor e sua intensidade dependerá da temperatura, do tempo de contato e do estado da pele” (GABRIEL, PETIT, CARRIL, 2001, p.61).
Diante dos fatos acima expostos, conclui-se que a maior parte das queimaduras são resultantes de acidentes domésticos, provocadas por agentes térmicos.
As medidas iniciais de tratamento
Conforme foi possível verificar nas falas, as primeiras medidas tomadas pelos responsáveis das crianças foi de encaminhá-las para o Hospital mais próximo, evitando agir de forma inadequada.
“...já corri com ela pro hospital...” (E1).
“...nós levamos ele para cidade, para Araguapaz, aí lá eles passaram soro e deram uma, um, dipirona para tirar a dor” (E2).
“...Parei de imediato e aí trouxe pro hospital, também né de imediato, e aí a gente já correu com ela direto para o hospital” (E3).
“...Levou pro hospital...” (E4).
“...daí quando a gente ficou sabendo ele tava no hospital...” (E6).
“...Levei ela no pronto socorro de queimaduras...” (E8).
“Infelizmente para pessoa queimada, o primeiro atendimento, na maioria das vezes, é feito no próprio local por pessoas leigas que, nesse caso, por ausência de programas sociais de educação específica, acabam por aumentar o efeito da queimadura ao agir de forma inadequada. Em locais onde é possível o socorro especializado, é melhor aguardar dez a quinze minutos do que agir imprudentemente.” (DELIBERATO, 2002, p.19 e 20).
Conclui-se com estas citações que na maioria das vezes leva-se o acidentado diretamente para o hospital, tomando assim uma medida correta, tendo ajuda especializada evitando danos maiores.
Profundidade das lesões
Observa-se nas entrevistas que na maioria das lesões por queimaduras as profundidades são mais extensas como é o caso do segundo e terceiro graus. Sendo que os dois tipos estão presentes e associados num mesmo ferimento.
“Primeiro, segundo e terceiro grau, os três” (E1).
“Só na mãozinha esquerda foi terceiro grau e na que pegou na chapa, ele firmou na chapa, o resto tudo foi segundo grau” (E2).
“Queimadura de segundo grau né, não foi de terceiro, só machucou o calcanhar né” (E3).
“O dela foram quase todos de terceiro grau, alguns lugares deu de segundo grau” (E4).
“Foi de terceiro e segundo grau” (E5).
“Foi de terceiro grau, o médico disse no dia que foi consultar na primeira vez” (E6).
“Terceiro grau” (E7).
“Foi de segundo grau” (E8).
“Não sei direito acho que foi de terceiro grau” (E9).
“Terceiro grau” (E10).
“É considerada queimadura de terceiro grau aquela que acomete a totalidade das camadas da pele (epiderme e derme)... Felizmente não é a mais comum, mas quando presente acompanha outras lesões de segundo grau.” (GOMES, SERRA, PELLON, 1997, p.10).
Assim, nos presentes casos, constatamos que as queimaduras mais freqüentes em crianças foram as de terceiro grau acompanhadas das de segundo grau.
Queimaduras afetam o emocional
São pouco os casos em que não se afeta o estado emocional, comprovamos pelas entrevistas que quase todas as crianças ficam com o emocional abalado e os pais, por não saberem da importância de um acompanhamento especializado, não procuram assistência de um psicólogo.
“Ela ficou meio chocada, meio traumatizada, mas aí foi conversando com ela, aí ela acalmou mais” (E1).
“Não, tá normal...não ficou traumatizado não, só no início mesmo” (E2).
“Ah, só abalado, e tem medo da mobilete” (E3).
“É medrosa demais, ela tem pavor na hora que ela vê assim que vai pro lado dela com troca de curativo, mas no mais tá bem...” (E4).
“Uai, agora ele tá assim, se tiver na cozinha e falar assim não mexe aí que tá quente, ele já afasta. Ficou com muito medo né, de fogo” (E5).
“Chorou muito, ficou muito irritada e com muito trauma, assim sabe, medo de queimar de novo” (E9).
“Ela tá nervosa, mais agitada” (E10).
“A criança atingida por queimadura necessita de uma atenção especial da equipe clínica, porque há que se considerarem condições diferenciadas em comparação com o adulto. A criança é um ser em desenvolvimento, sua noção de si mesma e seu relacionamento com a realidade são frágeis, não há tempo de experiência vivido suficiente para que ela tenha amadurecido estas condições tão fundamentais para a vida humana.” ( GOMES, SERRA, PELLON, 1995, p. 233).
Ao analisarmos estas citações foi possível concluir que os responsáveis pelas crianças, em sua maioria, não possuem esclarecimento a respeito da importância de uma assistência psíquica a criança queimada. Sendo esta ajuda muito importante devido aos traumas causados pela lesão.
A importância da fisioterapia após a lesão
Têm-se observado grandes resultados com o tratamento fisioterápico em crianças queimadas, sendo que todas as crianças dos entrevistados possuem acompanhamento desde o pós-trauma, tanto para diminuir aderências quanto para melhorar a amplitude de movimento.
“Não tá, o desempenho dela tá bom, tem feito o tratamento na fisioterapia diretinho, direitinho, toda vez que vem eu venho com ela” (E1).
“Bem, tá bem. Ela faz a melhor. Fez a raspagem...Tá usando luva, roupa certa né, e também a fisioterapia tá muito boa” (E2).
“Uai, o tratamento no caso fez raspagem né, todos os curativos, ela tá fazendo uma sessão de laser né...” (E3).
“Tá boa Graças a Deus, os curativos são bem feitos e agora ela tá fazendo a laser né porque as feridas estão muito profundas ainda. Então tem que ser feito a laser...” (E4).
“...Tá gostando do tratamento na fisioterapia” (E7).
“...Ela tá fazendo os curativos e a fisioterapia” (E8).
“Tá bem melhor, tá aceitando o tratamento da fisioterapia e fez raspagem” (E9).
“Uai, tá difícil né, mas ela tá aceitando o tratamento da fisioterapia e os curativos...” (E10).
“Em nosso paciente, uma terapia física precoce, constante e agressiva é capital para a diminuição do potencial de seqüela. Para esta atuação, a abordagem do paciente deve ser firme; se adolescente ou adulto, esclarecendo a necessidade de mobilizar regiões dolorosas e ou porquê de não aguardamos a cicatrização daquele seguimento” (GOMES, SERRA, PELLON, 1995, p. 219).
Os dados acima comprovam a eficácia da fisioterapia no tratamento de pacientes queimados, uma vez que evita complicações sendo que a complicação final é de ter uma seqüela grave, tendo um comprometimento maior estético ou funcional na cicatrização. Uma queimadura quando é bem tratada desde o início tem um resultado final melhor.
Prevenindo queimaduras
Muitos dos responsáveis das crianças queimadas só se preocupam em prevenir queimaduras após o acidente, e somente assim eles percebem a importância de não se descuidarem das crianças e de estarem evitando acidentes de qualquer forma.
“Nossa, todos os possíveis, porque nossa senhora,não é fácil queimadura. Evitar o máximo cozinha, coisa quente muito perto, o máximo possível” (E1).
“Uai, tem, menina, que tomar o máximo cuidado, né. Mais isso pode acontecer . Eu evito ele ficar perto do fogão quando eu estou cozinhando, eu não deixo sabe porque é muito perigoso, mas ele não é de beirar fogo assim sabe, ele gosta é de ficar perto do butijão, desligando o butijão, sabe. Mas quando a gente vê tira na hora porque eu não gosto que ele fica assim perto quando eu to cozinhando” (E2).
“Vender a mobilete e não andar mais naquilo. E tomar mais cuidado né. Porque não deixa de ser um descuidado da gente, também nunca acha que vai acontecer com a gente, só com o vizinho e não da gente” (E3).
“Lugar de menino não é na cozinha de jeito nenhum , lugar de menino é da sala pro quarto, no quintal, na área aonde de preferência, aonde não tem fogão e não beirar também energias, aparelhos elétrico. Essas coisas não é trem de menino mexer. E a maioria dos acidentes acontece porque as crianças não tem limites. Pai e mãe não impõe o limite certo...” (E4).
“Olha, a gente ficou assim até também com medo de mandar os filho ir pra escola porque a gente pensa assim, na escola tá seguro né, e eu vi que não tá né, porque depois dessa né. Então a gente fica assim, tudo que a gente puder evitar de prevenção assim a gente vai tentar fazer né. Porque sempre tinha muito cuidado, assim quando eu tô cozinhando, minha cozinha é muito pequena, então já falo assim: pode ficar lá na sala quando eu terminar eu chamo você, porque eu tenho ele né, e uma menina de nove anos. Então sempre já não deixo na cozinha pra evitar, os cabo das minha panela é sempre pro lado de dentro, assim, pro lado da tampa do fogão.Agora então é que a gente vai ter mais cuidado ainda, né? Para que não volta a acontecer isso porque é difícil demais.Queimadura pra cicatrizar demora...” (E5).
“Muita conversa sabe, inclusive tenho outra criança, então nossa senhora, muita conversa, muito cuidado sabe, tanto que é tudo tenho medo agora sabe” (E6).
“Tô conversando mais com ele né, explicando as coisas para ele e atenta a tudo que faz. Não deixo ele sozinho mais de jeito nenhum” (E7).
“Uai, todo cuidado é pouco com criança né, mas a gente toma assim bastante cuidado para evitar de novo né” (E8).
“Conversando com ela né, porque já é bem grandinha já, sabe para ela prestar mais atenção” (E9).
“Ué, tô guardando tudo, ferro em lugar alto, fogão já não quero que chega perto” (E10).
“As queimaduras, injúrias graves, somente diminuíram com campanhas bem estruturadas e com a participação e um apoio integral de todas as camadas da nossa sociedade, pois para queimadura não há ‘vacinas’ e a prevenção tem que ocorrer 24 horas por dia e 365 dias no ano” (GOMES, SERRA, PELLON, 1995, p. 261).
Como vimos nas citações acima, os esclarecimentos são importantes para evitar acidentes. A prevenção tem que ocorrer em todos os lugares, horas e dias, principalmente em se tratando de crianças. As crianças são curiosas e encontram-se em fase de desenvolvimento, querendo conhecer tudo através do tocar e mexer, e isto pode ser fatal.
Considerações Finais
O objetivo do estudo foi compreender o significado das conseqüências que a falta de prevenção de queimaduras pode causar em crianças, uma vez que este número de acidentes tem aumentado a cada dia.
Os resultados apontam, que diante dos fatos acima expostos, conclui-se que a maior parte das queimaduras são resultantes de acidentes domésticos, provocadas por agentes térmicos; e que na maioria das vezes leva-se o acidentado diretamente para o hospital, tomando assim uma medida correta, tendo ajuda especializada evitando danos maiores; Assim, nos presentes casos, constatamos que as queimaduras mais freqüentes em crianças foram as de terceiro grau acompanhadas das de segundo grau; Ao analisarmos estas citações foi possível concluir que os responsáveis pelas crianças, em sua maioria, não possuem esclarecimento a respeito da importância de uma assistência psíquica a criança queimada. Sendo esta ajuda muito importante devido aos traumas causados pela lesão; Os dados acima comprovam a eficácia da fisioterapia no tratamento de pacientes queimados, uma vez que evita complicações sendo que a complicação final é de ter uma seqüela grave, tendo um comprometimento maior estético ou funcional na cicatrização. Uma queimadura quando é bem tratada desde o início tem um resultado final melhor; os esclarecimentos são importantes para evitar acidentes. A prevenção tem que ocorrer em todos os lugares, horas e dias, principalmente em se tratando de crianças. As crianças são curiosas e encontram-se em fase de desenvolvimento, querendo conhecer tudo através do tocar e mexer, e isto pode ser fatal.
Sugerimos que a queimadura deve ser encarada como uma doença que pode ser evitada através da aplicação de princípios epidemiológicos, realização de campanhas preventivas nas escolas, assim como de programas que proporcionem aos pediatras um método de aconselhamento aos pais e crianças quanto a comportamento que previnam esse trauma.
Referências Bibliográficas
DELIBERATO, Paulo C. P., Fisioterapia Preventiva – Fundamentos e Aplicações, Editora Manole Ltda, 2002 1ª Edição.
Knoplich, José, http://www.espacorealmedico.com.br/index_internas.htm?sUrl=http://www.espacorealmedico.com.br/informacoes/artigos/geral/artigos
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SMELTZER,S.C.;BARE,B.G., Brunner/ Suddarth Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica, Rio de Janeiro, Editora Guanabara Koogan 2002 9ª edição, v.2.
SULLIVAN, Susan B., Schimitz Thomas J., Fisioterapia – Avaliação e Tratamento, São Paulo, Editora Manole Ltda 1993, 2ª Edição.
GABRIEL, Mª. R. Serra; PETIT, J. Diaz ; CARRIL, Mª L. de Sande. Fisioterapia em Traumatologia Ortopedia e Reumatologia. Rio de Janeiro: Editora Revinter, 2001.
GOMES, Dino Roberto; SERRA, Maria Cristina V. Freitas; PELLON, Marco Aurélio. Queimaduras. Rio de Janeiro: Editora Revinter, 1995.
GOMES, Dino Roberto; SERRA, Maria Cristina V. Freitas; PELLON, Marco Aurélio. Tratamento de Queimaduras - Um Guia Prático. Rio de Janeiro: Editora Revinter, 1997.
Trabalho realizado por:
Isabella Perilo de Melo - E-mail: isaperilo@gmail.com
Heliane da Cunha Jayme - E-mail: hcjayme@hotmail.com Espero que você tenha gostado desse texto. Se quiser receber mais textos como esse, entre no grupo de Whatsapp para receber textos e informações do nosso material.
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