Postura e ambiente escolar

A ação preventiva no ambiente escolar, ainda representa uma área de atuação pouco explorada, pois é nessa fase que ocorre uma alta velocidade no crescimento gerando inúmeros vícios de postura, prejudicando o desenvolvimento físico do aluno.

O Estatuto da Criança e do Adolescente declara: "Considera-se criança para o efeito de lei, o indivíduo até doze anos de idade incompletos e adolescentes aquela entre os doze e dezoito anos de idade.", e é durante estas fases que os indivíduos permanecem maior parte do tempo no ambiente escolar.

As Leis de Diretrizes e Bases da Educação relatam que toda criança deve completar o ensino fundamental, desse modo todo aluno utilizará a postura sentada por, no mínimo, oito anos, cerca de quatro a cinco horas por dia. Essa postura, por muitas vezes, é inadequada, o que já representa um grande risco à saúde, pois é desaconselhável permanecer nesta posição por mais de quarenta e cinco minutos sem interrupções.

Identificar desvios posturais em indivíduos em desenvolvimento, como os adolescentes, é de suma importância, porém deve-se reconhecer que existe uma mobilidade e flexibilidade muito maior nos adolescentes que nos adultos. E isso dificulta a aceitação do alinhamento padrão de um adulto (KENDALL; McCREARY; PROVANCE, 1998).

As escolas exigem um comportamento que descartam a inseparabilidade existente entre a motricidade e a inteligência, já que é pelo movimento que o pensamento se estrutura, porém não há conscientização da escola, da sociedade e da família na importância dos movimentos e na experiência corporal da criança e adolescente na aprendizagem escolar. Uma postura corporal desconfortável pode ser responsável pela diminuição do interesse do estudante pelas atividades propostas em sala de aula.

Na idade escolar a má postura é um dos principais intervenientes no rendimento escolar. Ao relacionar-se ambiente escolar e postura observa-se que a problemática é bem diversificada, já que as crianças e os adolescentes permanecem por um período de quatro a seis horas nas instituições escolares, convivendo com dificuldades ergonômicas no mobiliário com disposição e proporções inadequadas, fornecidos pela escola e no transporte do material escolar.

O assento escolar é um fator ambiental importante, pois tanto a cadeira quanto a criança devem estar ajustadas uma a outra. O ideal seria que ao sentar houvesse apoio dos dois pés sobre o chão, joelhos fletidos a 90º, um assento profundo para suportar as coxas adequadamente e o encosto deve provir suporte para a coluna, levemente inclinado, possibilitando o relaxamento dessa região.

A exposição dos estudantes às acomodações inadequadas do meio escolar faz com que surjam problemas relacionados à postura dos mesmos. Os maus hábitos posturais inicialmente levam a dor e depois, possivelmente, ao surgimento de várias doenças, podendo levar a deformidades irreversíveis.

Quantificando o peso do material escolar, relacionando-o ao peso corporal, o mesmo deve ser equivalente a 10% do peso do corpo. É possível verificar a necessidade de uma intervenção preventiva para impedir ou minimizar as possíveis alterações da postura e estrutura da coluna vertebral dos escolares, ampliando a atuação da fisioterapia no ambiente escolar. Os desequilíbrios posturais gerados são agravados pelo fato do peso carregado ser desproporcional ao peso do próprio corpo e pelo uso inadequado da mochila apoiada em apenas um ombro.

A avaliação postural contribuiu significativamente na prevenção e no encaminhamento do tratamento das alterações posturais, pois através dela pode-se mensurar os desequilíbrios e orientar na adequação da postura do aluno.

Um programa de educação postural necessita de uma ação conjunta de educadores, pais, alunos e professores da área de saúde, promovendo sensibilização e conscientização aos diversos fatores que possam vir a interferir no desenvolvimento normal da postura dos escolares.

A educação postural não tem como objetivo limitar as atividades funcionais, mas sim, permitir sua realização com segurança gestual. Para garantia de sucesso num programa de prevenção, se faz necessário um trabalho educacional enfatizando a postura corporal de crianças e adolescentes, considerando conceitos básicos de anatomia e biomecânica da coluna vertebral e as influências exercidas pelo meio ambiente nas atividades e hábitos desenvolvidos e adotados pelos indivíduos.

O Back-School, é uma das estratégias mais utilizadas como prática preventiva primária e secundária. Esses programas são aplicados em três ou quatro encontros, com uma hora de duração, onde os conteúdos de anatomia, fisiologia e biomecânica da coluna vertebral, fisiopatologia das dores, orientações ergonômicas e posturais nas atividades de vida diária e ocupacional, exercícios de alongamento, força e relaxamento muscular são ensinados aos pacientes que já tiveram crises dolorosas na coluna vertebral. O ambiente escolar é um espaço privilegiado para ações educativas como o Back-School.

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