Disfluência infantil: normal ou patologia?








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A gaguez é uma perturbação da comunicação com a qual a população em geral contacta, direta ou indiretamente. Deste modo, os conhecimentos sobre a mesma encontram-se, por vezes, associados a determinados mitos. Com este post pretende-se dar mais informações sobre esta perturbação, dando-se maior ênfase à forma como esta surge na infância.

A gaguez tem manifestações muito variadas e a população que a apresenta é muito heterogénea. No geral, caracteriza-se por uma fala com alterações involuntárias, como bloqueios, repetições e prolongamento de sons, sílabas e palavras. Estas não se manifestam sempre com a mesma frequência e intensidade e surgem de forma imprevisível. Podem ser influenciadas por fatores como a pressão ou exigência de cada situação e por sentimentos negativos associados, como a vergonha. De fato, à medida que as crianças crescem e começam a adquirir competências de reflexão acerca da sua fala, começam também a tomar consciência do seu problema. Consequentemente, desenvolvem um conjunto de comportamentos aprendidos, como a antecipação das dificuldades, o evitamento de situações comunicativas, aos quais se podem associar sentimentos de ansiedade social e baixa auto-estima.

Os primeiros anos de vida de uma criança são marcados por grandes modificações no desenvolvimento, com a aquisição de inúmeras competências a nível motor, sensorial, linguístico. Associado a este desenvolvimento, podem surgir alguns momentos de disfluência normal, sem tensão ou esforço associado. Uma grande percentagem destas crianças vêm o seu problema desaparecer, sem a necessidade de intervenção terapêutica direta. Contudo, dificuldades que se começam a agravar e a ser acompanhadas por sentimentos de preocupação e ansiedade, tanto pela criança como pelos interlocutores, ou por comportamentos de evitamento pela criança, podem indicar o início de uma disfluência patológica.

É possível definir diferentes tipos de gaguez, de acordo com o desenvolvimento e dificuldades manifestadas, classificando-os em disfluência normal, borderline, inicial, intermédia e patológica. Dentro da ordem descrita, a idade e as características da disfluência vão aumentando gradativamente, bem como a consciência do problema e a aprendizagem de comportamentos secundários associados, como o evitamento de situações comunicativas. No período da pré-adolescência e principalmente adolescência, em que se incluem os dois últimos tipos de disfluência mencionados, os indivíduos com esta perturbação já desenvolvem o seu auto-conceito enquanto gagos, agravando-se os sentimentos de frustração, constrangimento e vergonha, com afeção no estabelecimento de relações sociais.
Desde sempre se procurou a causa da gaguez, tendo surgido vários modelos explicativos. De forma sucinta, Starkweahter, em 1987 defendeu que esta surge quando as capacidades para realizar um discurso fluente não são suficientes para responder às exigências do meio. De acordo com este modelo, a intervenção terapêutica deve centrar-se na redução das exigências do meio, pelo que é importante que o Terapeuta da Fala forneça orientações aos cuidadores para que saibam lidar com o problema, modificando o ambiente em que a criança se insere e procurando eliminar respostas negativas dos interlocutores. Estas modificações podem ser, por exemplo, para falar num débito mais lento, ou seja, mais adequado ao ritmo da criança e para evitar comentários negativos e constantes correcções à fala da criança.

Não havendo nenhuma "receita" para solucionar a gaguez, torna-se essencial uma intervenção adequada e atempada para que as dificuldades da criança sejam suprimidas ou diminuídas.
Fontes:
-Fernandez-Zúñiga A, Caja Del Castillo R. (2008). Tratamiento de la Tartamudez en Niños, Programa de intervención para profesionales y padres. Elsevier Masson.
- Marques, A. (2011). Importância da Inclusão da Família durante o Processo Terapêutico na Disfluência Infantil. Projecto de Investigação de conclusão de licenciatura. Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Porto.
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